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“Cicatrizando as dores da Alma, liberte-se do Passado”

  • Foto do escritor: Pathy Lhullier
    Pathy Lhullier
  • 1 de mai. de 2020
  • 9 min de leitura

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Não tente esquecer o passado, mude o que você sente sobre ele. É possível ressignificar a própria história e acessar dores e vivências passadas de forma tranquila e segura.

Existem três atitudes que devemos ter para curar, cicatrizar as dores da alma, passos Para uma Vida Adulta de paz interior, consistem nas seguintes etapas: Acolher a sua criança interior, Ressignificar a própria história e Honrar os ancestrais.

Todos possuem uma criança interior. A criança interior é o nosso subconsciente. É ela que mantém a chama de vida acesa, iluminando em nós qualidades como entusiasmo, leveza, curiosidade, humor e espontaneidade. Porém, devido às experiências de desamor, exclusão e abandono de nossa criança, ou por termos vivenciados algum sofrimento ou trauma em nossa infância, nossa criança interior guarda o registro de memórias do passado, e acaba se retraindo como forma de defesa, o que não nos permite receber ou dar amor plenamente em nossa vida adulta.

A nossa criança interior as vezes nos sabota, com sentimentos de culpa, dor, tristeza, mágoa, ressentimentos, o que muitas vezes gera se transforma em uma Depressão ou Ansiedade.

As dores da nossa criança têm grande impacto em nossas vidas, podendo atuar como verdadeiros programas em nosso sistema limitando nosso progresso. Ao ficarem registradas internamente dão margem para atrair experiências semelhantes.


Como transformar as dores da nossa criança interior?

Três passos que podemos ter para transformar esta situação:

  1. Acolhendo a nossa Criança interior

  2. Ressignificando a própria história

  3. Honrando os Ancestrais

1. ACOLHENDO A CRIANÇA INTERIOR

Em sua inocência e total vulnerabilidade, a criança interior nos ensina a arte de confiar e, assim, num ato de entrega e humildade, é possível experiênciar a fusão com o divino. Acolher a própria criança é o primeiro passo rumo à maturidade espiritual. Enquanto não a acolhemos, ela continuará à frente da nossa vida, reagindo a tudo o que remete às suas dores.

Além de atrair mais experiências de dor, uma vez que está aprisionada a determinadas passagens de sua história, como num disco arranhado, ela vai repetindo tais experiências kármicas agarrada a ideia de que “agora vai ser diferente”. No entanto, a situação não mudará por si só. É a sua reação e mudança de perspectiva que permitirá que sua experiência mude.

Karma é dívida de aprendizado. Enquanto não aprendemos, continuamos e repetir as mesmas experiências, como se estivéssemos presos numa “matéria da vida”. Sem conseguir compreender o que aquela experiência reserva e obter os aprendizados nela guardados, continuaremos a reproduzir as mesmas situações.

Além disto, a criança não tem recursos para lidar com determinadas passagens da sua história. É por isso que o adulto em nós precisa tomar a frente da própria vida, o que só será possível se ele assumir a responsabilidade por sua criança interior.


Existem várias técnicas de acolhimento da sua criança interior.

Técnica da carta

Você pode fazer este exercício na sequência do primeiro ou em qualquer momento que desejar. Sugiro utilizar uma foto, pois sempre ajuda a se conectar. O mais importante é que crie seu espaço de intimidade.

  • Separe umas quatro folhas de papel, caneta ou lápis. Peça para seus guias e mestres para te ajudarem neste momento de auto-cura.

  • Se conecte com sua criança interior e permita que sua criança escreva uma carta para você, contando tudo o que está acontecendo com ela. Como ela está se sentindo, onde ela está dentro de você mesmo (às vezes ela se encontra num lugar muito sombrio dentro de nós) e o que ela precisa.

  • Permita que ela fale abertamente. Dê voz a ela. Escreva sem julgamento. Dê voz ao que está guardado dentro de você há tanto tempo.

  • Quando sentir que já terminou a carta, respire profundamente e agradeça à sua criança interior.

  • Se conecte agora com o adulto em você. E leia a carta da sua criança. Procure ler com compaixão buscando entender e acolher seus sentimentos. Não a julgue. Lembre-se que ela fez o melhor que podia com os recursos que tinha.

  • Após ler a carta, respire e permita agora que seu eu adulto escreva uma carta para esta criança. Lembre-se do conteúdo de sua carta e procure acolhê-la em relação ao que ela relatou. Ofereça a ela acolhimento, respeito, compaixão, proteção, amor.

  • Algumas frases-chave que podem ajudar: “AGORA EU CUIDO DE VOCÊ, PODE CONFIAR”, ou “VOCÊ ESTÁ EM CONFIANÇA ESTÁ TUDO BEM.”

  • Procure falar sempre no positivo, evitando colocar o “não” antes do verbo. Exemplo: “eu não vou mais te abandonar”, troque por: “agora eu estarei sempre com você”.

  • É importante que você realmente sinta tudo que disser à sua criança. Quanto mais entrar em contato com estes sentimentos de amor, mais verdade terá em suas palavras e mais sua criança poderá receber este amor.

  • Ao finalizar a carta, respire profundamente mais uma vez. Agradeça aos guias e protetores que estiveram presentes e peça para que eles te ajudem nesta cura acolhendo e integrando a sua criança.

Gatilhos que podem acionar a criança interior

É importante estar atento aos gatilhos que acionam a sua criança. Há determinadas situações que ativam memórias de dor dessa criança, fazendo com ela tome a frente da situação, nos tornando reativos. Esteja atento a estes gatilhos. Se observe. Ao perceber que os sentimentos da criança foram despertados, rapidamente deixe que o adulto em você se coloque à frente. E diga internamente para sua criança: “Está tudo bem. Agora eu cuido disso. Pode confiar. Você está em segurança”. Use essas frases-chave como mantras. Elas ajudam a fortalecer o adulto em você.


2. RESSIGNIFICANDO A PRÓPRIA HISTÓRIA

Ao acolher a sua criança interior, torna-se possível olhar para sua história sob a perspectiva do adulto. É o adulto em nós que terá recursos para curar essas dores. Sob a perspectiva da criança, tudo fica muito maior. A criança é sensação, portanto o que ela precisa é de acolhimento, afeto, escuta e olhar.

Quando amparamos nossa criança, ela relaxa, dando espaço para que o adulto em você assuma as rédeas da sua vida.

Para este segundo passo de lançar um outro olhar para a sua história, é preciso estar muito ancorado na presença. Ressignificar a própria história consiste em abrir o quarto escuro da alma para que, através da luz da consciência, seja possível compreender com profundidade as experiências de dor.

O quarto escuro da alma é o lugar onde jogamos todas as “quinquilharias” com as quais não conseguimos lidar. Acontece que neste porão estão também nossos maiores tesouros.

É preciso coragem para abrir estas portas, revisitar dores e olhar para nossa história de frente, com reverência e postura de humilde aprendiz. Afinal, a vida é uma escola. Logo, todas as experiências reservam aprendizados.

É claro que com a experiência de vida que adquirimos, muitos dos conteúdos da nossa infância já ganham outro significado. Ao menos, uma compreensão melhor. No entanto, compreendê-los apenas não é o suficiente.

Em vez de esquecer o passado, valorize os aprendizados

O autoconhecimento é uma grande aventura dentro do próprio ser. É o que permite enxergar melhor os aprendizados por trás de cada experiência. O medo de abrir as portas deste quarto escuro está em revisitar dores e ser engolido por elas. Essa, entretanto, é a ótica da criança em nós. Abrir as portas do quarto escuro do nosso ser significa trazer à luz da consciência aquilo que ainda não conseguimos integrar.

Ressignificar a própria história permite enxergar com mais clareza cada passo e experiência. Aceitando o passado, bem como o destino daqueles que amamos, podemos seguir nosso próprio caminho.

  • Não há erros, há aprendizados.

  • Não há falhas, há descobertas.

  • Não há certo ou errado, há diferentes resultados ou pontos de vista.

  • Não há bem ou mal, há infinitas possibilidades.

Existem várias técnicas de ressignificação da sua criança interior.

Crie um campo de meditação e cura. Se desejar, coloque uma música meditativa para ajudar a criar este campo.

  • Peça aos seus mestres, guias e protetores para te auxiliarem nesta cura. Você pode usar suas próprias palavras ou fazer a seguinte oração:

  • Peço agora auxílio dos meus guias, mestres e protetores. Que a Sabedoria Universal possa estar comigo neste momento para que, de acordo com o estágio da minha evolução, eu possa alcançar as curas que me estão disponíveis. E que assim, em nome do bem maior, eu possa me tornar um canal de luz e de amor neste plano”.

  • Deite-se na cama de forma relaxada e respire profunda e tranquilamente. Agora peça à Sabedoria Universal que te conduza a alguma dor que precisa ser integrada.

  • Respire e vá percebendo o seu corpo. Perceba se há alguma tensão ou desconforto. Conecte-se com esta parte do corpo. Mergulhe nela e vá respirando.

  • Permita que os sentimentos apareçam fluidamente. Mantenha seu observador. Caso os sentimentos se intensifiquem, peça reforço aos seus mestres para que consiga atravessar esta dor.

  • O segredo para conseguir atravessá-la é permitir que ela apareça mantendo sua testemunha ativa. Ou seja, você sente a dor, mas não se identifica com ela. Apenas permite que ela se dissolva na luz.

  • Para tanto, você pode visualizar acima de você um vórtice de luz dourada ou perolada. Permita, assim, que suas dores se elevem a este vórtice para serem transmutadas. Vá respirando e, simplesmente, testemunhe estas dores se elevando até este vórtice.

Você não é o seu corpo de dor. Você é aquele que observa.

O que fazer se você sentir dor durante a prática?

  • Pode ser que durante o processo de respirar na dor, alguma memória, imagem ou palavra venha à tona. Ancorado em sua presença, simplesmente respire e permita que venha à tona o que for necessário para sua cura. Lembre-se que você está amparado pela luz e sempre que necessário, reforce sua conexão com os seus guias.

  • Então, chegará um momento em que a intensidade dos sentimentos se acalmará. Assim, uma sensação de alívio e contentamento tomará lugar.

  • Respire este contentamento com todos os seus poros e permita que estes novos códigos sejam instalados em cada célula do seu corpo até que você se torne este contentamento. Você pode visualizar este contentamento em forma de luz branca.

  • Deixe que esta luz se expanda por todo o seu corpo enquanto respira até criar uma aura luminosa ao seu redor.

  • Expanda então esta luz por todo o quarto, e vá expandindo para além das fronteiras da sua casa, cidade, estado, país, até que a mesma possa envolver todo o globo terrestre e se expandir por todo o universo.

  • Você agora é um com tudo e com todos.

Faça este exercício sempre que sentir necessidade.

Ressignificar a própria história pode ser bastante desafiador para alguns. E dependendo da bagagem emocional, um acompanhamento profissional pode ser bem-vindo. Eu sempre indico fazer terapia.

Não saber lidar com nossas emoções faz com que dores sejam acumuladas sem necessidade.

3. HONRAR ANCESTRAIS

Honrar ancestrais é tomar a vida em suas mãos, honrar os ancestrais é o passo fundamental para que possamos tomar a vida em nossas mãos. Assim, após acolher sua criança interior e iniciar sua jornada em busca dos, tesouros da sua alma já é possível honrar seus ancestrais de forma plena. Compreender que assim como sua história foi perfeita para que pudesse desenvolver seus dons e talentos e despertar o seu Dharma (propósito de vida), seus pais foram os grandes mestres que permitiram que a jornada se iniciasse. Jornada esta que se originou antes mesmo do seu nascimento

Costumo dizer que assim como existem o caminho do amor e da dor, existem também os mestres da dor e do amor. E os pais, na maior parte das vezes, cumprem ambos os papéis.

Os mestres do amor são aqueles que nos dirão “quão lindos e perfeitos somos”, “o quanto nos amam e o quanto somos bem-vindos”.

Enquanto os mestres da dor, nos darão os limites ou ainda, nos empurrarão para fora do ninho para que criemos asas. Em outras palavras, os mestres da dor nos exigem muito mais. Exigem que desenvolvamos em nós nossa natureza divina. Pois às vezes, só Deus em nós é capaz de perdoar um pai abusivo, por exemplo.

A questão é que enquanto não perdoamos, ou melhor, aceitamos plenamente os nossos pais, o amor não pode fluir livremente. E assim, ficamos presos a memórias de dor, sem podermos desfrutar plenamente das bênçãos que o presente reserva para nós.

Vale lembrar que nossos pais, muito provavelmente, também possuem uma criança interior com suas dores, inseguranças, desafios.

Quando não aceitamos nossos pais, estamos em verdade rejeitando uma parte de nós mesmos. O que nos faz sentir desencaixados. Sem raízes. E assim como uma árvore sem raízes não pode crescer nem dar frutos, ficamos estagnados em nossa pequenez, olhando para o passado, e de costas para nosso próprio destino.

O paradoxo da nossa jornada é que a criança tem nos pais os seus heróis e cobra deles uma perfeição acima de sua condição humana, o que a desafia em seu crescimento. A ironia é que a não realização de nosso potencial está justamente no fato de não aceitarmos a vida que veio por meio de nossos pais, em sua inteireza. Ou seja, com todas as dores e desafios que nos foram apresentados. Enquanto ela cobra o que acredita que deveria receber, perde a oportunidade dela mesma alcançar o que deseja por meio de seus próprios potenciais.

Sob a ótica da criança a vida é um conto de fadas cheia de finais felizes. No entanto a vida é um emaranhado de emoções (alegrias, tristezas, dores, contentamentos), crenças, condicionamentos, memórias, heranças ancestrais… e cada um vem com seu “emaranhadinho” para desenrolar. Esta é a aventura da alma. O final feliz depende única e exclusivamente de abraçarmos a vida tal qual ela é. Somos nós os heróis de nossa jornada.

A verdade é que o maior dos tesouros que poderíamos receber dos pais, já está em nossas mãos: a VIDA! Um campo de infinitas possibilidades.


Você é o sonho dos seus ancestrais

Através de você a vida se renova e continua. Quando você se cura, você ajuda a curar toda a sua ancestralidade. Tomar a vida nas mãos consiste em reconhecer a grandeza dos seus pais, como canais para a nossa existência.

Pai é o caminho para a vida. Aquilo que nos move. Quando concordamos com o pai, por ser como é, é possível seguir o nosso próprio caminho. A mãe é a prosperidade. O sucesso em nossas escolhas e relacionamentos. Entrar em concordância com a mãe aceitando-a em sua totalidade, nos permite desfrutar de todas as bênçãos que a vida nos reserva.

Honrar nossa ancestralidade é por fim, honrar a própria vida.

E ao seguirmos nosso destino, abrimos as janelas para toda nossa ancestralidade, oferecendo um novo horizonte para as futuras gerações.


Ubuntu – Eu sou eu porque nós somos nós.

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